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A pior parte de mim

Detesto isso em mim e não posso mudar. E agora?




Certamente, aqui está uma versão mais refinada do texto:


A parte menos favorável de mim, aquela que sinto a necessidade de ocultar e reluto em admitir que integro, é, de fato, uma faceta intrínseca à minha identidade. Desprovido dela, minha essência seria drasticamente alterada. Se me propuser a dividir-me em partes isoladas, é possível que encontre uma que, inicialmente pareça não ter uma razão de existir. No entanto, ao excluí-la da minha vida, perderia a integridade do meu ser.


Um exemplo elucidativo seria a exposição de uma imagem de um pé com características estéticas desfavoráveis: dedos finos e longos, repletos de calos, unhas aparadas com a aparência iminente de desprendimento, calcanhar lesionado e laterais feridas. Inicialmente, tal apêndice despertaria desconforto, quiçá repulsa. Contudo, ao distanciar a perspectiva, surge a percepção de que esse pé é parte integrante de um par, contido em uma sapatilha, minimizando a estranheza inicial. A ampliação da visão revela que esse pé, inicialmente avesso, pertence a uma bailarina. Sua configuração peculiar é justificada pela habilidade dessa artista em realizar proezas extraordinárias, executando piruetas, saltos e acrobacias por horas a fio, sustentada apenas pelos seus pés.


Da mesma forma que o pé da bailarina constitui um aspecto inalienável de sua identidade, aquilo que isolamos e consideramos um problema inerente a nós é, na verdade, uma parte integrante do todo. A "beleza da parte" não se revela quando isolada do conjunto, mas sim quando inserida em um panorama mais amplo. Esse entendimento implica que a aceitação de si mesmo, inclusive das denominadas "falhas", só ocorre quando se compreende que, sem elas, a integralidade do ser seria incompleta.


Portanto, é plausível considerar que nossas facetas menos favorecidas são, de fato, elementos benéficos, pois estão contextualizadas em nossa narrativa e desempenham um papel justificável em nossa existência, seja de natureza física ou relacionada à personalidade. Em outras palavras, muitas vezes aquilo que olhamos de forma isolada em nós mesmos pode ser nossa ruina, mas quando visto no composto geral de quem somos passa a ser verdadeiramente belo e parte do que somos. Por isso, é imperativo dedicar esforços para desenvolvê-las e integrá-las, visando alcançar uma totalidade aprimorada.





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